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Com proibição em MS, conheça opções para substituir murta


A lei que proíbe a planta murta em Mato Grosso do Sul foi aprovada, mas enquanto a medida de extermínio não é regulamentada, a planta está sendo substituída aos poucos pela população. 


Essa espécie de dama-da-noite, é hospedeira da bactéria causadora da doença dos citros, "denominada huanglongbing (HLB), que é uma das doenças mais graves e destrutivas da citricultura mundial, tendo em vista que ataca todos os tipos de citros e que, até o momento, não existe tratamento curativo para as plantas doentes".


Comumente usada como “cercas vivas” a planta natural da região asiática compõe atualmente o top 3 de espécies com essa finalidade de cobrir muros e trazer privacidade. De acordo com o mestre em biologia vegetal, Luan Hernandez, a "murta" pode ser substituída esteticamente pelas seguintes plantas: 


Tumbérgia Arbustiva 

Muito usada em jardins e cercas vivas, a tumbérgia arbustiva é uma planta de origem africana de porte médio e que produz flores compactas na cor azul com o centro amarelo. Esse arbusto pode ser cultivado em diversos climas, sendo assim uma planta muito versátil para decoração de casas e jardins.



Essa planta pode ser plantada em solo ou em vasos

É excelente para formação de cercas vivas e renques junto a muros.

Recomenda-se podas de formação

Seu aspecto mais compacto é obtido em pleno sol

Se desenvolve bem em meia sombra ou sol pleno

Seu clico de vida é perene

Pode chegar entre 1,8 metros a 2,4 metros 


Podocarpo (pinheiro de Buda) 

O Podocarpo (Podocarpus macrophyllus), originário da Ásia e pertencente à família dos pinheiros, é amplamente conhecido como Pinheiro de Buda. Valorizado por sua versatilidade, é frequentemente utilizado em cercas vivas e muros vegetais, além de ser uma excelente opção ornamental em jardineiras e vasos isolados. 


Adequado para cercas vivas de diferentes alturas;  

Não perde folhas, tornando-se ideal para áreas próximas a piscinas;  

Crescimento rápido e vigoroso;  

Alta resistência a diversas condições climáticas;  

Proporciona um excelente fechamento visual.  

Sua capacidade de adaptação e facilidade de poda fazem dele uma escolha prática e elegante para diversos projetos paisagísticos.


Ipê-Mirim

Essa espécie é perene, o que significa que possui grande durabilidade. Suas vibrantes flores amarelas, que lembram as do ipê-amarelo, desabrocham intensamente durante os meses mais quentes e podem persistir até o outono. Além de sua beleza exuberante, essas flores exalam um perfume suave e são altamente melíferas, atraindo borboletas, beija-flores e abelhas.


Clima: Equatorial, Oceânico, Subtropical, Tropical;

Origem: América do Norte, América do Sul, Estados Unidos, México;

Altura: 3.0 a 3.6 metros;

Luminosidade: Sol Pleno;

Ciclo de Vida: Perene.


Em relação ao cheiro, o professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Flávio Macedo explica que a murta, ela foi muito usada na arborização porque ela é uma árvore pequena, é uma árvore fácil de fazer muda, é uma árvore perene, ela não perde as suas folhas no inverno.


"A murta é uma árvore pequena que você pode plantar embaixo de fiação elétrica, pode fazer podas facilmente nela, que ela não dá cupim e assim por diante. Então, as raízes dela também não são agressivas para a calçada, ela tem várias características muito interessantes para a arborização urbana. No entanto, ela gera muito problema, especialmente porque é uma espécie exótica, realmente ela com o tempo vai ser substituída".


Flávio ainda ressalta que apesar de existirem outras plantas com cheiro marcante, nenhuma pode ser comparada com o cheiro único da murta.


Essa novela da proibição em Mato Grosso do Sul começou há cerca de quatro meses, após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) listar MS como com registro de ocorrência da chamada doença dos citros.


Após isso, deputados estaduais aprovaram um projeto de lei que proibia o plantio; comércio; transporte e produção de murta em MS, seguindo onda proibitiva que atingiu várias cidades Estado brasileiros, devido ao potencial destrutivo da hospedeira da doença.


Com a sanção pelas mãos do governador Eduardo Riedel saindo no fim de agosto, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) ficariam encarregadas de uma série de "próximos passos". 


Seriam funções da Pasta: 

Fiscalizar e elaborar um plano de supressão e erradicação da murta em áreas próximas ao cultivo de citrícolas (com substituição por outra);


Celebrar convênio de cooperação com outros órgãos para conscientizar a população;

 

Gestão e operacionalização das medidas necessárias para o cumprimento do plano de supressão e de erradicação de todas as árvores da espécie exótica murta.


Além disso, a Semadesc pode impor condenação, apreensão e destruição da planta, bem como multar de acordo com a quantia em Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul (UFERMS).


Caso o infrator seja primário, a pena pode ser convertida em medida socioeducativa com participação em um seminário. 


Resultados do MS Day Internacional em Nova Iorque, feito em maio deste ano, Mato Grosso do Sul tem confirmado a posição de "nova cinturão citrícola" do Brasil, diversificando sua base produtiva e trazendo investimentos para o Estado.


Como divulgado recentemente pelo Governo do Estado, um desses investimentos somam R$1,2 bilhão, confirmado por representantes da empresa Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles) na data de ontem (05).


O plantio de laranja na área de Ribas do Rio Pardo, perto de Água Clara, tem investimento previsto ao longo de quatro anos em busca da meta de colher 9 milhões de caixas.


Conforme o diretor-geral da Cambuhy Agropecuária, Alexandre Tachibana, que traz o negócio de São Paulo para Mato Grosso do Sul, a previsão é que o empreendimento movimente 3,6 mil empregos diretos e indiretos.


Não somente esse empreendimento, como o também gigante do setor, Grupo Cutrale, anunciou em abril deste ano o investimento de R$ 500 milhões para o plantio de 5 mil hectares de laranja em Mato Grosso do Sul. 


Considerada líder em exportações no País, a plantação às margens da rodovia BR-060, na fazenda Aracoara, que fica divisa entre Sidrolândia e Campo Grande, a empresa já previa o plantio de 1.730 milhão de pés de laranja.


No mesmo mês, Paranaíba recebeu a intenção de plantio de 1.500 hectares do Grupo Junqueira Rodas, que já tinha à época mais 2,5 mil ha previstos para o segundo semestre em Naviraí.


Titular da Semadesc, como bem esclarece Jaime Verruck, a doença bacteriana conhecida como "greening", que afeta a produtividade, fez muitas empresas migrarem de São Paulo para Mato Grosso do Sul. 


“A citricultura vai bem nas áreas mais arenosas, com menor teor de argila e isso é importante. Como a laranja está vindo com sistemas de irrigação, nós temos aí uma perspectiva de investimentos altos, mas com alta produtividade. Além do clima, solo e áreas disponíveis, notamos em especial a migração de produção de laranjas de São Paulo para MS em função da doença”, explicou.


*Colaborou Laura Brasil e Leo Ribeiro, com informações do Correio do Estado

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